2 de julho de 2011

No consultório

No consultório: Eleonora tem 35 anos e nunca trabalhou. Casada há oito, Pablo, seu marido, lhe garante um ótimo padrão econômico. Sua vida é bastante movimentada socialmente, apesar dos três filhos. Sai com as amigas, faz compras, vai à ginástica, massagista e outras coisas do gênero. Mas no final das contas tudo não sai tão barato como parece.

Eleonora não tem mais vontade de fazer sexo com o marido, mas tem pavor que ele perceba isso e deixe de ser tão generoso quando o assunto for dinheiro. “Quando namorávamos o sexo era melhor, acho que eu tinha mais vontade. Mas agora, não. Por mim, acho que não transaria nunca mais com ele.

O pior é que sei que ele tem o maior tesão por mim; está sempre disposto. Se eu deixar é todo dia... Eu tento evitar, dou desculpas, só que nem sempre ele aceita. Aí, para tudo ser mais rápido finjo logo o orgasmo. Tem dias, que para ele ficar feliz, finjo que tenho orgasmos múltiplos, três ou quatro seguidos. Ele adora quando isso acontece.”

***

Como o número de mulheres que não têm orgasmo é enorme, a quantidade das que fingem também é grande. E os motivos são os mais variados. Desde o temor de não ser considerada sensual ou boa de cama, passando pelo constrangimento de perceber o homem pouco à vontade na relação, até o medo de desagradar e não manter o casamento, como é o caso de Eleonora. Independente da causa é lamentável que o sexo não possa ser, em grande parte das relações, uma troca verdadeira de prazer.

Regina Navarro Lins

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