8 de julho de 2010

Sem compromisso

Elas não têm o sonho de casar e são adeptas do sexo casual. Compromisso? Não, obrigada.

Compromisso? Elas não querem. Namoro? Nem pensar! Enquanto muitas mulheres só pensam em namorar e, com sorte, chegar ao casamento, há mulheres na contramão do altar. Elas têm alergia a comprometimento: só de pensar, dá coceira. Preferem a liberdade, adoram não dever satisfação a ninguém e são craques em aproveitar a solteirice. Quando a carência aperta, topam sexo casual. E, pelo que parece, serão felizes para sempre.

Quer casar comigo? Não, obrigada. Para a usuária da rede social do Bolsa de Mulher Pepe, quem pensa que a felicidade só é possível a dois está redondamente enganado. "Casei-me com a minha solteirice e ela é uma excelente companheira", diz feliz, confessando que sempre tem um parceiro para um romance casual. "Costumo dizer que ser solteira é um estado de espírito. Apenas não quero me casar", revela. Pepe acredita-se bem-sucedida e bem-resolvida. "O que mais posso desejar?", brinca.

A usuária Mel, acha que não é toda mulher que se sente à vontade em uma relação sem compromisso. "É preciso estar muito consciente e certa do que se quer. A carência tem que ser sexual e não afetiva", teoriza ela, que, no momento, está vivendo uma relação sem compromisso com um amigo de infância. "Hoje estou com 32 anos, divorciada e tenho um filho. Não quero nada sério e comecei a sair com esse amigo há 4 meses", conta.

Mel tem outras prioridades além de um relacionamento amoroso. "Tenho minha liberdade, saio com as amigas, tenho um tempo especial para o meu filho, trabalho e, quando estou carente sexualmente, a gente se encontra", revela, dizendo que depois de se curtirem, cada um segue a sua vida, sem dramas. "Quando estou com ele, me entrego. Temos muita afinidade. Namoro não rola porque nenhum dos dois está no momento certo para assumir um relacionamento. Estou feliz e consciente do que faço".

Depois da tempestade

Há casos em que a fuga do compromisso tem a ver com desilusões amorosas recentes. A recepcionista Kátia F. tem 28 anos e garante não querer compromisso com ninguém. Veja o motivo: "Me dediquei muito ao meu último relacionamento e acabei me dando mal. Depois disso, não quero saber de outra pessoa", diz ela que no último fim de semana ficou com quatro. "Um deles veio com um papo de namoro, mas cortei logo. Agora o foco sou eu mesma e o meu trabalho". Kátia aderiu ao sexo casual. "Às vezes telefono para alguém, porque sinto falta de sexo. É bom, mas nós dois sabemos que nunca teremos alguma coisa além de cama", revela.

A psicóloga Mariana Mattos pondera que vivemos em uma sociedade que valoriza o casamento. "Não é a toa que a maior parte das brincadeiras de meninas envolve ser esposa e ser mãe", ressalta ela, lembrando que as mulheres desde muito cedo são levadas a pensar que casar é fundamental para alcançar a felicidade.

O olhar da sociedade diante de um homem solteiro ainda é diferente do olhar sobre a mulher solteira. "Se uma mulher diz que não quer compromisso, de imediato pensamos: ‘o que há de errado com ela?'. A pressão pelo casamento é maior nas mulheres tanto por parte da sociedade quanto por elas mesmas" afirma Mariana.

Segundo a psicóloga, o adiamento ou mesmo o cancelamento do compromisso é muito mais comum hoje em dia do que no passado, quando a função principal da mulher era casar e ter filhos. "Hoje a mulher pode escolher o seu caminho e ter um lugar na sociedade independentemente do seu estado social. Mesmo assim, o plano do casamento e dos filhos tem um lugar relevante na vida da maior parte das mulheres". Mas ela garante: "É possível, sim, ser feliz sozinha".

por Rosana F. | 07/07/2010

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