18 de junho de 2011

Realizar ou não as fantasias sexuais?

“Tenho 42 anos e uma namorada de 45, separada de seu segundo casamento. Sem querer, nos excitamos muito ao conversar sobre fantasias sexuais e ela me deixou louco de tesão ao dizer que gostaria de ver uma amiga linda loira, gostosona, transando comigo. Acontece que tanto minha namorada como eu estamos com medo de realizar a fantasia e nos machucar. O que fazemos?”

Essa questão foi tirada de uma seção do meu site, em que os internautas relatavam um problema que estavam vivendo e os outros diziam o que fariam se estivessem em seu lugar. Agora, essa seção do site se transformou em um dos dois livros que lancei recentemente, "Se eu fosse você...". Abaixo algumas sugestões dadas por quem se colocou naquela situação.
“Deixava a fantasia continuar como fantasia. Ela faz parte do jogo erótico. O dia em que você e ela deixarem de sonhar, de fantasiar, está bem na hora de pensar em outro caminho ou outros caminhos, cada um no seu.”

“Acho vocês meio grandinhos para ter medo de machucado, né?” Você tem sorte de conseguir, de bandeja, o que a gente vive tentando e raramente consegue. Não vacile. Vai ver que a sua namorada também quer aproveitar a ocasião e tirar umas casquinhas com a amiga dela. Deve ser excitante, não? Experimente! Sem medo de ser feliz!”

“Ô meu amigo, você não faz ideia o quanto este seu caso é maravilhoso, já imaginou o que é ter consentimento da sua namorada para isso? E quem te garante que ela já não até combinou com a tal boazuda? Claro que isso não vai machucar ninguém e se você não fizer, mano, vai perder as duas. Fica de olho, meu amigo, pois tem muitos tentando esta oportunidade especial.”

“Deixa de ser besta, ô mané, a vida é uma só e quem está na chuva é pra se molhar, mais vale a lágrima por ter caído, do que a vergonha de nunca ter tentado!”

“Eu acho que você ganhou na mega-sena e está em dúvida se quer receber o prêmio ou não! Para com isso!”

“Hummmm... É arriscado sim, muito. Vocês têm que estar muuuito bem entre si pra que o risco seja mínimo.”
“Se há dúvida, não faça. Sexo tem que ser sem culpa.”
Quase todas as pessoas têm fantasias sexuais. Existem as que não sentem muito prazer, e até mesmo são incapazes de atingir o orgasmo sem recorrer a elas. Com as fantasias, a vida sexual ganha uma diversidade que seria impossível no dia-a-dia. Por mais que exista grande atração entre um casal, a excitação não se dá sempre da mesma forma, tem altos e baixos. Lançar mão desse recurso funciona, muitas vezes, como estimulante para se recuperar a intensidade do desejo. E a variedade é grande: cenas, lugares, pessoas, podendo ser, em alguns casos, sobre um parceiro mais desejável do que aquele com quem se está fazendo sexo.

A grande vantagem das fantasias é poder inventá-las da maneira que se quiser. Cada um é dono do seu próprio espetáculo: decide o elenco, o argumento, a direção, a edição, os ângulos de câmera e os efeitos especiais. Além disso, não há motivos para se preocupar com críticas negativas ou censura: você é a única pessoa que poderá ver as suas fantasias sexuais. Contudo, nem todos se sentem tranquilos dando asas livremente à imaginação. Muitos se culpam e se envergonham de suas fantasias, jamais as revelando para alguém. Por que é tão difícil aceitá-las naturalmente?

Num estudo da universidade americana de Colúmbia, o psicanalista G. Fogel afirma que virtualmente todos têm fantasias sexuais aberrantes, embora nem sempre conscientes do fato. Ele também admite que elas são tão frequentes nas mulheres como nos homens. A questão é que, como ninguém tem coragem de contar suas fantasias, todos se assustam, pensando que são os únicos a tê-las.

As fantasias são geralmente associadas à ideia de desvio sexual, gerando forte sensação de inadequação. Para a grande maioria o dia-a-dia é regido por regras de comportamento e elas tendem a se enquadrar nos padrões aceitos. Colocar em prática uma fantasia, que não é aceita socialmente — no caso, sexo a três, — causa algum temor. Afinal, ninguém sabe o que vai acontecer depois. De qualquer forma, é importante que o casal avalie bem a fantasia que se apresenta no momento e procure se certificar de que essa fantasia está exclusivamente a serviço do prazer de ambos.

Regina Navarro Lins

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