31 de outubro de 2010

Sexo, mentiras e pesquisas

Mais de 32% das brasileiras iniciam a vida sexual aos 15 anos. Os dados sobre o comportamento sexual da população, salvo nos países islâmicos nos quais o tema é considerado um tabu, se acumulam nos últimos anos; mas sempre é preciso acreditar na sinceridade do entrevistado, diante de um tema tão íntimo e delicado, o que muitas vezes leva a temores, apesar das garantias de anonimato das companhias que elaboram os questionários.
A Itália, com 32%; a França, com 28%, e a Espanha, com 20%, são os países da Europa na qual a frequência de sexo é maior entre os casais, segundo a percepção dos cidadãos do Velho Continente, como mostra uma pesquisa feita pelo serviço de encontros Meetic, um dos mais populares da região.
Sob o título de "Amor e Solteir@s na Europa", a companhia realizou um estudo sobre análise de comportamento e a percepção dos europeus em torno de diferentes aspectos relacionados a amor, sexo e costumes sociais.
De acordo com os dados fornecidos pelo estudo, espanholas e francesas são tidas as européias com maior iniciativa na hora de seduzir um homem. Ainda assim, a Espanha se destaca por ser um dos países nos quais as relações sentimentais duram mais e o amor constitui o eixo principal das vidas dos casais.
Francesas ativas
Por sua vez, o informe "Contexto da sexualidade na França", efetuado a partir de pesquisas entre mais de 12 mil cidadãos entre 18 e 69 anos, revelou que as mulheres do país evoluíram muito nos últimos 15 anos: têm sua primeira relação mais cedo, e uma vida sexual mais ativa depois dos 50, ao tempo que trocam mais de parceiro ao longo da vida.
Quase não há disparidade entre franceses e francesas quanto à idade média da primeira relação sexual. Nos últimos 50 anos, passou de 20,6 para 17,6 anos, no caso delas, e de 18,8 para 17,2 anos para eles.
Ainda que homens e mulheres sigam distantes de declarar o mesmo número de amantes ao longo da vida, a diferença está se reduzindo: elas confessam terem tido 4,4 companheiros, em média, frente a 3,3 em 1992 e 1,8 em 1970.
Enquanto isso, os homens declaram a cifra média de 11,6 mulheres, dado que se mantém há 30 anos.
A enquete revelou também que cada vez menos mulheres permanecem toda a vida ao lado de seu primeiro amor, e que as idades compreendidas entre 50 e 69 anos dizem que têm relações sexuais sete vezes ao mês, em média, frente às 5 de 15 anos atrás.
Por outro lado, aumentou o número de mulheres que asseguram ter tido relações homossexuais (4% por cento, frente a 2,6 em 1992), enquanto se mantém a porcentagem de 4,1% entre os homens.
Para os autores do estudo, "as representações da sexualidade seguem marcadas por uma divisão entre uma sexualidade feminina, pensada prioritariamente em um marco afetivo e conjugal, e masculina, baseada nas "necessidades naturais e no prazer”.
O caso das brasileiras
Caso troquemos de continente, veremos que a vida sexual das brasileiras começa cada vez mais cedo, embora elas estejam tendo menos filhos do que há poucas décadas, em parte graças a campanhas oficiais de distribuição de preservativos, segundo revelou uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde.
O estudo abarcou a vida sexual das mulheres entre 15 e 49 anos de idade, e entrevistou cerca de 15 mil mulheres.

Segundo a enquete, 32,6% das entrevistadas disseram ter iniciado sua vida sexual aos 15 anos, uma taxa que em 1996 era de 11%. Ainda assim, nos 12 anos transcorridos entre as sondagens, o índice de jovens entre 15 e 19 anos que diziam ser virgens passou de 67,2 para 44,8%.
O Ministério da Saúde destacou que a maior precocidade na vida sexual não teve um impacto diretamente proporcional no número de adolescentes com filhos. Em 1996, a idade média das brasileiras ao ter seu primeiro filho era de 22,4 anos, enquanto a nova pesquisa a situa agora em 21 anos.
Um dado eloquente do estudo se refere à porcentagem de mulheres entre 45 e 49 anos de idade que asseguram jamais terem tido uma relação sexual, que passou de 3,6% em 1996 para 0,6% hoje.
Disfunções sexuais
Mas nem tudo é prazer nas relações sexuais. Lorenzo Guirao, presidente da Associação para a Pesquisa de Disfunções Sexuais, revelou, no Congresso Mundial de Menopausa, realizado recentemente em Madri, que 60% das mulheres sofrem disfunções sexuais, frente a 40% dos homens, ainda que estes recorram mais a médicos diante de problemas como a falta de desejo, dificuldades de excitação, problemas para alcançar o orgasmo ou dores durante as relações.
Os especialistas estimam em 30% a porcentagem de mulheres de diferentes idades que carecem de interesse por sexo, enquanto 20% declaram não sentir prazer nas relações; 50% têm muitas dificuldades para chegar ao orgasmo e 25% se dizem incapazes de conseguir.
Os problemas crescem entre os 45 e 54 anos, com 25% das mulheres declarando insastisfação com a vida sexual, porcentagem que sobe para 40,8% entre as maiores de 55. Segundo Guirao, a faixa etária entre 40 e 69 anos registra mais casos de disfunções sexuais femininas, 11%, mais de três vezes superior à observada entre as jovens.

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