24 de outubro de 2010

Pesquisa de sexo nos Estados Unidos

Maior pesquisa feita nos últimos anos sobre o comportamento sexual dos americanos revela curiosidades sobre orgasmo e camisinhas

NOVA YORK - A diferença entre o orgasmo masculino e o feminino; a vida sexual dos jovens de 14 anos; e uma intrigante falta de adesão ao uso das camisinhas, com os adolescentes mostrando-se mais conscientes do que os adultos. Estes são apenas alguns dados investigados pela maior pesquisa já feita nos Estados Unidos desde 1994 sobre o comportamento sexual dos americanos, divulgada nesta segunda-feira. Com 130 páginas, o estudo, publicado na "Revista Sexual de Medicina", revela como os americanos fazem sexo, com quem fazem e se estão ou não satisfeitos. Ao todo, participaram 5.865 pessoas com idades entre 14 e 94 anos.

" Mais casamentos entre pessoas do mesmo sexo e a internet como um meio de interação social foram algumas das revelações da pesquisa "

Os pesquisadores, do Centro de Promoção da Saúde Sexual da Universidade de Indiana, dizem que a pesquisa mostra as mudanças ocorridas nestes 16 anos, quando o último estudo foi feito. As principais dizem respeito a um maior conhecimento sobre como as doenças sexualmente transmissíveis são passadas, à educação sexual dos mais jovens, ao advento dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo, e ao surgimento da internet como um meio de interação social.

Não se preocupe: você é normal

O professor de pediatria Dennis Fortenberry, um dos coordenadores da pesquisa, responsável pela investigação da vida sexual dos adolescentes, disse que as descobertas acalmam a paranoia dos americanos sobre a normalidade de suas vidas sexuais.

- Não há nada de anormal com a sexualidade dos americanos - garante Fortenberry.

Os pesquisadores ficaram surpresos com a variedade das posições sexuais relatadas pelos entrevistados: 41 diferentes formas de acasalar foram registradas, abrangendo o sexo vaginal e anal, o sexo oral e masturbação a dois. Os homens têm mais facilidade para chegar ao orgasmo quando há sexo vaginal. Já as mulheres atingem o orgasmo quando há uma maior variedade de ações, incluindo o sexo oral, explicou a pesquisadora Debra Herbenick, responsável por investigar o comportamento sexual feminino.

Ela também notou que houve uma diferença nas percepções: 85% dos homens disseram que sua última parceira sexual teve um orgasmo enquanto que apenas 64% das mulheres disseram ter chegado ao ápice no seu último evento sexual. Um terço das mulheres sentiu dor genital na última vez em que fizeram sexo, sendo que entre os homens, o número ficou em 5% do total, disse Herbenick.

O estudo, que começou a ser feito em 2007, foi patrocinado pela empresa de camisinhas Church & Dwight Co.

Camisinhas só entre os mais jovens

A adesão ao uso de camisinhas também surpreendeu os pesquisadores: o índice foi alto apenas entre os jovens de 14 a 17 anos. Dos entrevistados homens, nesta faixa etária, 79% disseram ter usado camisinha no último encontro sexual, comparados a apenas 25% de todos os homens entrevistados durante a pesquisa. Contudo, apenas 57 adolescentes entre 14 e 17 anos participaram deste tópico da pesquisa. Uma pesquisa feita no ano passado revelou que o uso de preservativos entre os adolescentes era de 61%.

Outro dado que chamou a atenção dos pesquisadores - e foi considerado preocupante - foi o baixo índice de uso de camisinha entre os homens de 50 anos. Segundo os especialistas, isso aumenta o risco de transmissão de doenças sexuais entre os adultos que têm pares variados .

Outra revelação interessante foi que 7% das mulheres entrevistadas disseram ser lésbicas ou bissexuais e 8% dos homens que participaram do estudo disseram ser homossexuais ou bissexuais. Mas o índice de pessoas que disseram já ter feito algum tipo de ato sexual com outra pessoa do mesmo sexo foi muito maior. Por exemplo, dos homens entre 50 e 59 anos, 15% disseram ter feito sexo oral com outro homem em alguma ocasião.

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