25 de janeiro de 2009

Câncer de mama, previna-se

Você certamente já leu e ouviu muita coisa sobre o câncer de mama, mas nunca é demais falar sobre esse assunto. Mesmo porque, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), a cada 36 minutos o câncer de mama faz uma vítima fatal no Brasil. E se não bastasse esse número assustador, estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que ele deverá atingir mais de 49 mil mulheres no Brasil ainda este ano. Portanto, abra o olho e previna-se contra essa doença - antes que ela lhe transforme na sua próxima vítima

O câncer de mama é supertemido pelas mulheres, seja pelos efeitos psicológicos que afetam a sexualidade e a própria imagem, seja por ser o tipo que mais causa mortes entre as brasileiras. Mas afinal, você sabe o que é o câncer de mama? É uma doença que aparece quando as células dos seios vão crescendo descontroladamente até começarem a substituir o tecido saudável. Normalmente, ele começa com um pequeno nódulo que com o tempo pode crescer e se espalhar para áreas próximas, como músculos, pele ou órgãos vitais (fígado, cérebro e pulmão, por exemplo).

A causa ainda é desconhecida, mas sabese que “ocorre principalmente nas mulheres entre 40 e 69 anos porque com o envelhecimento as células, que já que foram expostas a fatores de risco por mais tempo, têm mais chances de sofrer uma transformação maligna”, explica o mastologista Leonardo Gabeira Secco, chefe da equipe de Mastologia do Hospital Vila Mariana (SP).

Dentre os principais fatores de risco estão: histórico familiar de câncer de mama, primeira gravidez após os 30 anos, obesidade, fumo e álcool em excesso. Por ser um câncer que nem sempre dói, é muito importante ficar atenta aos sintomas - nódulo ou tumor no seio ou axilas; alterações na pele que recobre a mama e mamilo ou no tamanho e forma dos seios, secreções que saem do mamilo, pele do seio mais esticada ou retraída em algum ponto, vermelhidão ou outra alteração cutânea.

Para ser um câncer curável, é importantíssimo detectá-lo logo no início. “Mas o diagnóstico só pode ser confirmado após a realização da biópsia do nódulo, exame em que uma parte ou todo o nódulo é retirado e enviado para um laboratório de anatomia patológica, que confirmará se ele é maligno ou benigno”, esclarece o ginecologista e mastologista Vinicius Budel, do Hospital Vita Batel (PR).

De olho no diagnóstico

Confira a seguir quais os principais exames (e os mais eficazes) para detectar a presença do câncer de mama.

• Auto- exame - Examinar todo mês o próprio seio pode detectar muitos casos iniciais de câncer de mama, mas é importante ressaltar que esse exame não substitui o realizado por um médico ou enfermeiro qualificado para tal atividade. As mulheres que menstruam devem fazer o auto-exame na semana seguinte à menstruação e as que não mais, devem escolher um dia fixo para fazer o exame todo mês. “Encontrar um nódulo não significa ter câncer de mama, mas é importante investigar qual a sua origem, já que muitos são tumores benignos e podem ser causados por outros problemas menos graves – mas que também devem ser acompanhados por um médico”, explica o Dr. Vinicius Budel.

• Ressonânciada mama - Essa técnica pode rastrear o câncer precocemente em pacientes de alto risco ou com mamas muito densas, ou seja, com grande componente de tecido glandular e pouco tecido adiposo - que conseqüentemente reduzem a sensibilidade da mamografia. Ela ainda pode avaliar de forma completa e detalhada as lesões malignas já diagnosticadas pelo ultra-som e pela mamografia. “Em função de sua alta sensibilidade e da capacidade de aquisição de imagens tridimensionais, permite a determinação exata das dimensões do tumor, contornando as dificuldades da sobreposição de imagens da mamografia, particularmente nas mamas muito densas e naquelas já submetidas às cirurgias e radioterapia” conta o médico radiologista Jacob Szejnfeld, diretor-médico da clínica Cura - Imagem e Diagnóstico (SP).

• Exame clínico das mamas ( ECM) - Com a paciente sentada, as mamas são apalpadas para verificar alterações anatômicas visíveis (retração, alteração de cor e volume das mamas), nódulos e secreções pelo mamilo. Depois, o procedimento é repetido com a paciente deitada e com a mão embaixo da cabeça. “Esse exame deve ser feito em todas as visitas ao ginecologista”, alerta a mastologista Silvana Gotardo, diretora da Clínica Oncoclin (SP).

A cada 36 minutos, o câncer de mama faz uma vítima fatal no Brasil!

• Mamografia - exame importantíssimo capaz de detectar o tumor antes mesmo que ele se torne palpável. Deve ser feito anualmente pelas mulheres acima de 40 anos, e as que apresentam características de alto risco, devem começar a fazer regularmente aos 35 anos ou até menos. Durante o exame, a mama é comprimida gradualmente e descomprimida imediatamente após o disparo dos raios X. “Essa compressão é fundamental para captar imagens com melhor qualidade e conseqüentemente detectar lesões pequenas antes de se tornarem palpáveis”, explica a radiologista Ellyete Canella, da Rede D’Or e do Instituto Nacional do Câncer (RJ). Apesar de ser um exame bem simples, uma pesquisa realizada pelo Data- Folha Instituto de Pesquisas, em junho deste ano, revelou que 65% das mulheres desconhecem a mamografia como forma de diagnosticar o câncer de mama.

• Ultra - som - o ultra-som é um método de diagnóstico auxiliar à mamografia e ao exame clínico. É importantíssimo para diferenciar os nódulos sólidos dos císticos, para guiar biópsias por agulhas e guiar a marcação pré-operatória. É feita com a aplicação de um gel sobre a pele e a colocação de um transdutor (tipo de sensor) sobre a mesma, não causa dor ou reações locais. “Em pacientes abaixo de 35 anos, geralmente, o tecido mamário é mais denso e nesse caso, a mamografia é mais utilizada para esclarecer dúvidas sobre o exame físico”, explica o mastologista Leonardo Gabeira Secco.

Para cada caso, um tratamento
Feito o diagnóstico e detectada a presença do câncer (assim como qual o seu tipo), é hora da equipe médica indicar qual o tratamento mais adequado para a paciente. A escolha leva em consideração fatores como tipo e tamanho do câncer e se ele se estendeu para outras partes do corpo. Veja abaixo quais os procedimentos mais usados para erradicar o problema:

Cirurgia
O tratamento para o câncer de mama é sempre de forma individualizada, mas, geralmente, inicia-se com a cirurgia para eliminar todo o tumor visível. Dependendo do tamanho do tumor, durante a operação pode ser feita a retirada total do seio (mastectomia) ou apenas a exclusão do nódulo maligno.

Radioterapia
Indicada para o controle local da doença, visa destruir as células tumorais que podem restar próximo ao local do tumor. “É feita através de um aparelho que, emite raios direcionados ao local onde estava localizado o tumor, para destruir ou impedir que as células de um tumor aumentem”, explica a Dra. Silvana.

Quimioterapia
Tem como principal objetivo a destruição das células tumorais que possam ter migrado do tumor inicial da mama para outras regiões do corpo ou que ainda estejam circulando pelo organismo. Dependendo do caso, pode ser aplicada na veia através de um soro ou em forma de comprimidos orais.

SILICONE X CÂNCER

É mais difícil fazer o exame com prótese?
“A colocação de implantes de silicone com finalidade estética não atrapalha a realização dos exames como mamografia, ultra-sonografia e ressonância magnética. Porém se os implantes forem muito grandes, pode haver alguma dificuldade na compressão dos seios, diminuindo a qualidade das imagens obtidas e prejudicando o resultado do exame” explica a Dra. Ellyete Canella (RJ).

O silicone interfere no auto-exame?
A prótese pode dificultar a percepção da paciente porque os nódulos podem estar abaixo da prótese. Mas mesmo com a prótese é importante o auto-exame.

E possível confundir o nódulo do seio com uma contratura do silicone?
Não, pois a contratura da prótese de silicone, em geral, ocorre em toda a superfície da mama, enquanto o nódulo é localizado.

O silicone provoca tumor?
Não. A prótese não possui agentes que possam provocar ou estimular o câncer de mama. Mesmo porque quando realizamos cirurgia de mastectomia para formas avançadas de câncer de mama uma das maneiras de reconstrução é com prótese de silicone, esclarece o Dr. Vinicius Budel.

Durante o tratamento o silicone atrapalha?
Com as novas técnicas de reconstrução mamária e de radioterapia, o implante de silicone praticamente não atrapalha o tratamento após a cirurgia, mas pode ser necessária a retirada provisória da prótese devido à proximidade com a lesão ou para facilitar o acesso ao tumor explica o mastologiasta Dr. Leonardo Gabeira Secco.

Aprenda a fazer o auto-exame

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1. Fique em pé em frente ao espelho e observe: o bico dos seios, a superfície e o contorno das mamas

testeseio22. Ainda em pé, em frente ao espelho, levante os braços e observe se com o movimento aparecem alterações de contorno e superfície das mamas.
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3. Deitada, com a mão direita apalpe a mama esquerda. Faça movimentos circulares suaves, apertando levemente com as pontas dos dedos.
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4. Deitada, com a mão esquerda apalpe a mama direita. Faça movimentos circulares suaves, apertando levemente com as pontas dos dedos.

 

 

(Fonte: Sociedade Brasileira de Mastologia)

Por Malu Bonetto

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